Pensar os regimes de visualidade contemporâneos e o estabelecimento de culturais visuais (Dussel 2009; Hernández 2000; Lins 2014), sob o viés da relação entre crianças e cinema, nos mobiliza a refletir e defender o trabalho do cineclubismo na escola como possibilidade de manutenção de espaços e tempos voltados à crítica, reflexão e ampliação de repertórios imagéticos de crianças e jovens. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de interlocução entre cinema e educação através da criação de um cineclube no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil – NEI-Cap/UFRN. Como metodologia, o projeto envolve dimensões de curadoria, apreciação e análise fílmica coletivas, além de produção cinematográfica através da realização de oficinas de apreciação e criação de cinema. A partir de referenciais que dialogam sobre a condição das crianças contemporâneas em uma sociedade midiatizada (Buckingham 2006; Dornelles 2005; Pereira 2021), perpassando por autores que nos permitem construir aportes teóricos sobre o trabalho com o cinema na educação (Bergala 2008; Fresquet 2017; Migliorin e Pipano 2019; Fantin 2014; Duarte 2009) e sobre os principais objetivos do cineclubismo (Macedo 2010), o projeto também atua na formação de professores e acadêmicos da UFRN. Assim, com essa comunicação, pretendemos estreitar os laços entre as áreas de Comunicação e Educação, possibilitando que o cineclubismo possa ser pensado como uma possível estratégia na garantia de práticas críticas e criativas com o cinema na escola, superando o viés que o reduz a mais uma ferramenta pedagógica com fins meramente didáticos.

O cinema na escola pelo viés cineclubista: desafios e potencialidades


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